Tenho para mim que as guerras estão para o mundo como as doenças para os hipocondríacos: quando pensamos que o pior já passou, aparece sempre uma doença (leia-se, guerra) qualquer nova que trata de nos ocupar a mente durante mais algum tempo... E não há forma de parar este ciclo!
No entanto, a diferença substancial entre as realidades a que recorri supra é que, na grande maioria dos casos, as hipotéticas doenças dos hipocondríacos nada mais são do que meras invenções do subconsciente, em constante estado de alerta e sempre temeroso de que o último dos dias se aproxime sem avisar, que entre sem bater à porta e que se sente à beira da nossa cama enquanto dormimos...
Bem diferente é, na verdade, a realidade bélica a que nos habituámos desde o princípio dos tempos, que entra todos os dias na nossa casa e que se senta no nosso sofá, põe as pernas em cima da mesa, agarra numa cerveja com uma mão e devora amendoíns como se não houvesse amanhã - "veio mesmo para ficar!...", suspiramos.
A doença actual é, claro está, o conflito entre Israel e o Hezbollah, o qual, mais uma vez, parece resultar de uma gota de água que fez transbordar um copo que há muito que se encontra cheio...
Facto: na iminência da guerra, a urgência não é a procura de consenso, mas a hipócrita busca de um motivo. E quando ele aparece, felizes, marcham os canhões.
O problema é que a comunidade internacional - e, principalmente, os seus mais destacados intervenientes - encaram os problemas como números, como cifrões, como (des)equilibros de balanças de pagamentos e/ou como petróleo.
O massacre, a chacina e a devastação de vidas humanas tornaram-se realidades banais, às quais assistimos na televisão com a mesma tranquilidade com que nos lambuzamos com um disputado jogo de futebol ou um filme de suspense de origem paquistanesa.
No entanto, a diferença substancial entre as realidades a que recorri supra é que, na grande maioria dos casos, as hipotéticas doenças dos hipocondríacos nada mais são do que meras invenções do subconsciente, em constante estado de alerta e sempre temeroso de que o último dos dias se aproxime sem avisar, que entre sem bater à porta e que se sente à beira da nossa cama enquanto dormimos...
Bem diferente é, na verdade, a realidade bélica a que nos habituámos desde o princípio dos tempos, que entra todos os dias na nossa casa e que se senta no nosso sofá, põe as pernas em cima da mesa, agarra numa cerveja com uma mão e devora amendoíns como se não houvesse amanhã - "veio mesmo para ficar!...", suspiramos.
A doença actual é, claro está, o conflito entre Israel e o Hezbollah, o qual, mais uma vez, parece resultar de uma gota de água que fez transbordar um copo que há muito que se encontra cheio...
Facto: na iminência da guerra, a urgência não é a procura de consenso, mas a hipócrita busca de um motivo. E quando ele aparece, felizes, marcham os canhões.
O problema é que a comunidade internacional - e, principalmente, os seus mais destacados intervenientes - encaram os problemas como números, como cifrões, como (des)equilibros de balanças de pagamentos e/ou como petróleo.
O massacre, a chacina e a devastação de vidas humanas tornaram-se realidades banais, às quais assistimos na televisão com a mesma tranquilidade com que nos lambuzamos com um disputado jogo de futebol ou um filme de suspense de origem paquistanesa.
Só que, no final, ficamos sempre insatisfeitos: ou perdemos ou o actor principal morre de forma cruel.
Comments
2 Responses to “Adeus às Armas?”
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E o pior é que, não só nos habituámos a esta realidade, como já não acreditamos que a guerra possa realmente ter fim (tal como os hipocondríacos não acreditam na cura)...
7:39 da tardePergunto-me se não acreditamos porque não podemos ou porque não queremos?
Concordo na íntegra!
11:56 da manhãNo que concerne à guerra entre Israel o Hezbollah, ou melhor, Israel USA Vs Médio Oriente, a minha dúvida prende-se mesmo com o conceito filosófico de Guerra Justa... Já diz o povo na sua imensa sabedoria "o que nasce torto..."
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