Ana Carolina e Seu Jorge - É Isso Aí

quinta-feira, agosto 31, 2006

Férias ou Purgatório de Verão?

segunda-feira, agosto 28, 2006




Após longa ausência sem dizer disparates e asneiras, pelo menos publicadas, e de forma tão directa e explícita, apetece-me filosofar sobre a minha visão do pesadelo de Verão.
É indiscutível, do meu ponto de vista machista e pouco liberal, que o período de férias é algo de fantástico em termos de desabrochar da natureza; todos os casacos, sobretudos e calças desaparecem, dando lugar à mini-saia, biquinis e demais e variadas formas de expressão corporal, que nos fazem arregalar tanto os olhos, com o consequente desenvolvimento das mucosas bocais, e activação de elementos orgânicos que nos fazem sentir ainda mais vivos do que no resto do ano!
Infelizmente, a sabedoria popular é sempre soberana e, de facto, não existe bela sem senão...vejamos:
A viagem em direcção às praias e zonas de recreio é uma aventura, cuja probabilidade de acabar em tragédia é muito superior em relação ao resto do ano, tal como demonstram as estatísticas de acidentes de viação (pese embora o facto de estarem a diminuir os números da tragédia, ciclo que se espera que continue).
Após esta parte da aventura, partindo do pressuposto que terá corrido da melhor forma e depois de desembolsados alguns parcos valores, contabilizando os combustíveis e portagens, chegamos ao destino onde ficaremos a fingir que estaremos a utilizar a habitação (seja de tijolos ou de pano/poliyster), o que se torna um puro engano, pois bem contabilizado o tempo lá passado, este revela-se diminuto em relação ao período total de férias.
Eis que decidimos ir fazer umas compritas, de forma a adquirir o básico para as necessidades diárias, estilo garrafões de água, cerveja, pão, leite, cerveja, mais cerveja, vinho, cerveja, fruta e por fim algo para refrescar....cerveja. Após passarmos por algum trânsito, julgamos nós de pessoas em direcção à praia, eis que começamos a sentir que ficámos em Lisboa, pois há mais gente no supermercado do que no Alvalade XXI, (o que também não é difícil, refira-se) e demoramos uma hora a comprar aqueles poucas coisitas, pois se comprassemos algo mais, quando saíssemos poderíamos apreciar o pôr do Sol.
Depois de pormos as coisas no seu devido lugar, ou seja, a cerveja no frigorífico e congelador a refrescarem, pois o resto não interessa, decidimos ir à praia.....e eis que o Purgatório se adensa, à medida que nos vamos aproximando do cheiro a maresia....carros parados, buzinadelas, "fuçanga" para arranjar um lugar para estacionar, a 600 metros da praia, enfim.....mais parece uma ida normal para o emprego.
Chegados à praia, o calor aperta, mas também nós temos de apertar a cintura e encolher as toalhas, pois essa torna-se a única forma de estarmos na praia a gozar férias....à saída da praia o trânsito faz-me lembrar a rotunda do Marquês, com a saída para a A5, com 1 aroma a IC 19, polvilhado com 2ª Circular, mas sem o acompanhamento, neste caso as já famigeradas e famosas obras de St.ª Engrácia (tadinha da Santinha..).
Depois da banhoca e do refresco, julgamos que poderá ser boa ideia ir jantar fora, mas percebemos que ficar 40 min (se tivermos sorte!) à espera de uma mesa, comer comida mal confecionada, mesmo quando é grelhada e ser-se mal atendido por sermos tugas, é o cúmulo...arrependemo-nos de não ter ficado à espera do pôr do Sol no supermercado, mas onde tínhamos comprado comida.
Com fome, mas bem refrescados, pensamos em ir para um bar/discoteca, onde possamos ter alguma sorte e passar a noite e o fim da noite com uma mangueirada na patareca (expressão da autoria dos elementos do Gato Fedorento, utilizada no 13º episódio da série na RTP), mas eis que somos surpreendidos, com as festas da mangueira, nas quais há muitos bombeiros esfaimados e fartos da secura, e onde mulheres interessantes e bonitas, que se afastem do conceito de ruminantes é coisa tão frequente, como lagos no deserto.
Então porque raio é que lhe chamam Férias?? Tal só se pode fundar no conceito técnico-jurídico, existente no Código de Trabalho (art.º 211º e segs., para quem tiver interesse), porque estar stressado a conduzir, a fazer compras, a arranjar lugar para estacionar e na própria praia, ser mal atendido e esbulhado nos restaurantes (onde pára a ASAE nas férias?), bares e discotecas, mais frequentadas do que em qualquer cidade, não é, propriamente, o meu conceito de férias, que comporta descanso, isenção absoluta de horários e relax puro....razão pela qual férias em Agosto, só quando casado e pai de filhos...até lá...o purgatório, caso aderirem a este plano de férias que vos expus, é da vossa inteira responsabilidade!

What's the meaning of life?

sexta-feira, agosto 25, 2006


Recentemente deparei-me com uma filosofia fatalista, segundo a qual “O Universo sempre existiu, e sempre existirá. Não quer isto dizer que ele seja infinito, ou imutável. Ciclicamente, toda a matéria se concentra num ponto, é reciclada, purificada, homogeneizada, para depois de uma explosão ser novamente espalhada numa extensão astronómica.

A Vida, fundamentalmente, não tem sentido. É apenas o resultado de acasos e das manifold possibilidades contidas nos graus de liberdade da matéria e coisas afins (sejam antimatéria, radiação, o que lhes vier à cabeça). O Destino, a existência de Deus, todas outras formas transcendentais não podem existir neste sentido, senão enquanto fenómenos físicos e quantificáveis
”.


Prefiro que me acusem de ser um utópico/romântico/lírico incurável, mas não me consigo conformar com a noção de que somos o produto de um processo misto de recauchutagem e pasteurização cósmica distribuído pelo universo em “random mode” !


Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará


Sophia de Mello Breyner Andresen

José Cid - A Pouco e Pouco (Favas com Chouriço)

quarta-feira, agosto 23, 2006

O vídeo mais aguardado da década!

Inferno!

terça-feira, agosto 22, 2006

"É preciso sair do país para enxergar o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo. Estive três anos em França, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome, convivi com grandes jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre no meu pensamento.
Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.

Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o início, sempre que jogávamos em casa.

Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia: "Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível." Terrível para os outros. Não sei se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa. Mas para mim, sempre pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no estádio da Luz, cheios." Era o que eu pensava.

Até que, na taça dos campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Me lembro de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: "Você vai estar em condições de jogar contra o Benfica?" Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois jogos joguei a duzentos por cento.

Depois do primeiro jogo, em Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: " Papin, você quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado?" Engraçada a reacção do Papin: "Você, está querendo me meter medo, Mozer?" Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer. Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos logo indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o Marselha perdesse a eliminatória.

Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já "tremendo de medo". E ria-se bastante.

Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo. Quando cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, completamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar. Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para entrar. Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era aquilo?".

Aquilo respondi eu, é o INFERNO DA LUZ. Aí todos começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sozinho. Espreitando, à saída da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do Marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar. No regresso às cabinas, perguntei a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?" A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é ENORME!" Naquela noite, o Marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o único a ter uma vitória. Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."

José Carlos Mozer "Pela Mística Dentro"

Adeus às Armas?

domingo, agosto 13, 2006

Tenho para mim que as guerras estão para o mundo como as doenças para os hipocondríacos: quando pensamos que o pior já passou, aparece sempre uma doença (leia-se, guerra) qualquer nova que trata de nos ocupar a mente durante mais algum tempo... E não há forma de parar este ciclo!

No entanto, a diferença substancial entre as realidades a que recorri supra é que, na grande maioria dos casos, as hipotéticas doenças dos hipocondríacos nada mais são do que meras invenções do subconsciente, em constante estado de alerta e sempre temeroso de que o último dos dias se aproxime sem avisar, que entre sem bater à porta e que se sente à beira da nossa cama enquanto dormimos...

Bem diferente é, na verdade, a realidade bélica a que nos habituámos desde o princípio dos tempos, que entra todos os dias na nossa casa e que se senta no nosso sofá, põe as pernas em cima da mesa, agarra numa cerveja com uma mão e devora amendoíns como se não houvesse amanhã - "veio mesmo para ficar!...", suspiramos.

A doença actual é, claro está, o conflito entre Israel e o Hezbollah, o qual, mais uma vez, parece resultar de uma gota de água que fez transbordar um copo que há muito que se encontra cheio...

Facto: na iminência da guerra, a urgência não é a procura de consenso, mas a hipócrita busca de um motivo. E quando ele aparece, felizes, marcham os canhões.

O problema é que a comunidade internacional - e, principalmente, os seus mais destacados intervenientes - encaram os problemas como números, como cifrões, como (des)equilibros de balanças de pagamentos e/ou como petróleo.

O massacre, a chacina e a devastação de vidas humanas tornaram-se realidades banais, às quais assistimos na televisão com a mesma tranquilidade com que nos lambuzamos com um disputado jogo de futebol ou um filme de suspense de origem paquistanesa.

Só que, no final, ficamos sempre insatisfeitos: ou perdemos ou o actor principal morre de forma cruel.

PT E.T.!

terça-feira, agosto 08, 2006

Ele há fenómenos tão supra e paranormais, que são capazes de nos fazer arreganhar os cabelos da nuca! De facto, a casta Lusitana, é o ex-líbris na área da premonição sensorial, de tal forma, que são internacionalmente reconhecidos os resultados práticos obtidos com elevado grau de exactidão, os quais abrangem as mais variadas áreas, a saber:

Futebol: Não há resultado que o Tuga não tenha previsto na sua antevisão de café! Há até relatos de treinadores de bancada que conseguem antever, com estonteante grau de precisão, o minuto da expulsão do Ricardo Rocha;

Política: Neste campo é fácil, à excepção do Avelino Ferreira Torres, são todos maus, porcos e corruptos, e sempre que se ouve dizer que o défice aumenta lá vem o sempre inesperado "eu já sabia...mas então não se estava mesmo a ver..."

Geografia: Os lusitanos até já sabiam onde se situava o Brasil aquando da negociação do Tratado do Tordesilhas (curiosamente...Fátima Felgueiras também!)

Tempo: Qualquer português que já tenha partido um osso, torcido um pé, encravado uma unha ou tenha sofrido qualquer outra lesão com relativo grau de gravidade é capaz de suplantar, com relativa facilidade, quaisquer previsões de tempo chuvoso do Instituto de Meteorologia.
Efectivamente, estudos recentes demonstram que do processo de miscigenação dos nossos antepassados, resultou uma mutação no genoma do homem mediu(m) português, que se traduziu na inclusão do cromossoma “Zandinga-Bambo-Caramba” em todos nós.
No fundo, “we are the special ones”, é o nosso fado!

Palavras de um génio

segunda-feira, agosto 07, 2006


Receita de Jovialidade de Pablo Picasso

"Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixa o médico preocupar-se com eles. É para isso que ele é pago.

Frequenta, de preferência, amigos alegres. Os de "baixo astral" põem-te em baixo.

Continua aprendendo... Aprende mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixes o teu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.

Aprecia coisas simples.

Ri sempre, muito e alto. Ri até perder o fôlego.

Lágrimas acontecem.

Aguenta, sofre e segue em frente.

A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo.

Mantém-te vivo, enquanto vives!

Rodeia-te daquilo de que gostas: família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.

O teu lar é o teu refúgio.

Aproveita a tua saúde; Se for boa, preserva-a. Se está instável, melhora-a. Se está abaixo desse nível, pede ajuda.

Não faças viagens de remorso.

Viaja para o Shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faças viagens ao passado.

Diz a quem amas, que realmente os amas, em todas as oportunidades.

E lembra-te sempre de que: A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos em que perdeste o fôlego: de tanto rir... de surpresa... de êxtase... de felicidade..."


Pablo Picasso