Demos Kratos

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Este é o cenário nacional dos resultados da votação do Referendo disponibilizado no site da Sic. Não deixa de ser curioso notar que no Continente, com excepção do Porto, o "Não" apenas venceu a norte de Coimbra. O resultado mais expressivo a favor do "Sim" verificou-se no Distrito de Beja tendo atingido 83,9 %, sendo que o resultado mais contundente a favor do "Não" foi obtido na Região Autónoma dos Açores com 69,05%.

Preferências à parte, é de louvar o aumento significativo de votantes, ainda que malogradamente não se tenha atingindo o valor vinculativo dos 50% de votantes. Não obstante, o Governo de Sócrates promete alterar a lei para não penalizar as mulheres que praticarem aborto até às dez semanas, cumprindo uma garantia deixada no congresso nacional do partido, em Novembro de 2006.
A título de curiosidade, aqui ficam os números:
Em 1998, 48,7% (1.265.520) da população Portuguesa votou "Sim", contra 51,3% (1.333.022) que votou "Não".
Em 2007, 59.25% (2.238.053) da população Portuguesa votou "Sim", e 40.75% (1.539.078) votou a favor do "Não".
Ou seja, em rigor, o número de apoiantes do "Não" aumentou cerca de 200.000 votantes, mas foi insuficiente para o aumento de quase 1.000.000 de votantes a favor do "Sim".
A título pessoal, deixo apenas uma nota de desagrado quanto à discussão da abstenção em Portugal. Acho engraçado que a maioria dos comentadores atribua a abstenção ao mau tempo! É que quando está bom tempo, os portugueses também não votam porque preferem dar um salto à praia! Enfim... O que me parece é que a população está pouco mobilizada para as causas democráticas, mas acho que isso se deve maioritariamente ao desencanto dos portugueses com sua a classe política e não às condições meterológicas!

Comments

One response to “Demos Kratos”
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Conclusões:

1. Com excepção do Alentejo (já lá iremos) o sim ganhou, sobretudo, nas grandes urbes (no Porto foi muito mais equilibrado que em Lx);

2. Como tinha dito, no norte e nas zonas mais conservadoras (Açores e Madeira)o aspecto moral sobrepõe-se a qualquer outra consideração pelo aqui vai ser difícil qualquer mulher recorrer ao SNS para fazer um aborto.

3. Quanto ao Alentejo houve uma forte taxa de abstenção o que significa que este referendo não mobilizou a população em geral.
Muitas das pessoas que votariam não (e que não digo que seja a maioria, note-se)ficaram em casa.

4. Como tinha dito, em comentários a post anteriores este referendo foi muito politizado, sobretudo da parte do PS e PCP e os resultados estão à vista no Alentejo.

5. Parabéns aos que votaram sim e espero que esteja enganado e que esta lei resolva alguma coisa. Porém, nas zonas mais conservadoras do país está demonstrado que não vai alterar grande coisa.

6. Só mais um comentário para as declarações do 1º Ministro que refere que se vai inspirar na lei alemã quanto ao período de reflexão.

É um dado novo e que não consta do projecto lei aprovado na generalidade de qualquer forma é uma medida que aplaudo.

Mas faltam mais.

Ficamos à espera da lei a aprovar para tirar conclusões.

11:52 da manhã