"Pronto, confesso: não gostei. Apesar de tudo o que fazemos diariamente um pelo outro, apesar de termos virado o mundo ao contrário apenas com o poder das nossas mãos, dizes-me que é insuficiente e que aquilo que nos une será, eventualmente, "apenas" uma grande amizade. Não gostei e sofri. As paredes da nossa casa ruiram por momentos e senti-me só, abandonado e triste. Abriste-me os olhos para uma realidade que me era desconhecida e, num breve esgar, banalizaste tudo o que é nosso e que tão diferente parecia dos outros. Para mim és muito mais do que uma amiga, para mim és "apenas" aquilo que me faz mover. E assim, acordado neste pesadelo, ambiciono voltar a sonhar, como dantes".
in «Cartas de um Anónimo a uma Desconhecida», Assírio e Alvim, 2006.
Comments
One response to “En passant...”
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E depois eu é que ando todo queimado...eheheheh!!
3:35 da tardeMas é bonito, pese embora, a trizteza latente...
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