Preso a um corpo que já não é meu, agarrado a ideais que já não me são leais, assisto impávido mas pouco sereno à cruel conversão do presente em passado, dos segundos em minutos e das horas em dias...
Saio de casa e sou engolido pelo trânsito, bicho do mato que aparece (quase) sempre à mesma hora, e que tem tanto de irracional como de desesperante... a maior parte dos condutores, afectados por um transe hipnótico cujos contornos e manifestações me preocupam seriamente, vinga-se das suas frustrações pessoais e profissionais numa insensível buzina que não pára de berrar, quando, na verdade, quem grita por dentro é quem a ela recorre sem pejo.
Os minutos da manhã colam-se rapidamente uns aos outros e, então, num cumprimento cego dos ditâmes impostos pela sociedade em que vivemos, vou almoçar... não pretendo questionar se o almoço é de facto imprescindível, se não poderia ser mais cedo ou mais tarde do que o habitual...
o que revejo com preocupação é que a nossa vida, afinal, não é mais do que um conjunto de causalidades (e talvez também casualidades!), cujo todo queremos que faça mais sentido do que a mera soma das partes.
O dia corre então a um ritmo incessante... bato com o relógio na mesa para ver se pára... mas o sacana parece rolar ainda mais depressa... sinto que não sou eu que controlo o meu tempo mas que me tornei (inconscientemente) refém dele...
A noite chega solitária e as horas, subitamente, parecem encurtar... de repente tudo demora demasiado tempo (é o cinema que acaba tarde, é o teatro que é longe, é o café que já se deita...) e, insatisfeitos por mais um dia que passou, pensamos no que aí vem.
A vida corre à frente dos nossos olhos e nada fazemos para vivê-la... pelo contrário, entrámos numa espécie de linha de montagem, ainda que com uma diferença substancial: no final nunca somos uma peça nova.
Faço planos à mesma velocidade a que os desfaço, desiludo e sou desiludido todos os dias... a verdade é que sei que tudo é indiferente e despiciendo... as pessoas passam mas o mundo continua. Afinal, Sic Itur in Urbem [assim vai a vida na cidade]...
Saio de casa e sou engolido pelo trânsito, bicho do mato que aparece (quase) sempre à mesma hora, e que tem tanto de irracional como de desesperante... a maior parte dos condutores, afectados por um transe hipnótico cujos contornos e manifestações me preocupam seriamente, vinga-se das suas frustrações pessoais e profissionais numa insensível buzina que não pára de berrar, quando, na verdade, quem grita por dentro é quem a ela recorre sem pejo.
Os minutos da manhã colam-se rapidamente uns aos outros e, então, num cumprimento cego dos ditâmes impostos pela sociedade em que vivemos, vou almoçar... não pretendo questionar se o almoço é de facto imprescindível, se não poderia ser mais cedo ou mais tarde do que o habitual...
o que revejo com preocupação é que a nossa vida, afinal, não é mais do que um conjunto de causalidades (e talvez também casualidades!), cujo todo queremos que faça mais sentido do que a mera soma das partes.
O dia corre então a um ritmo incessante... bato com o relógio na mesa para ver se pára... mas o sacana parece rolar ainda mais depressa... sinto que não sou eu que controlo o meu tempo mas que me tornei (inconscientemente) refém dele...
A noite chega solitária e as horas, subitamente, parecem encurtar... de repente tudo demora demasiado tempo (é o cinema que acaba tarde, é o teatro que é longe, é o café que já se deita...) e, insatisfeitos por mais um dia que passou, pensamos no que aí vem.
A vida corre à frente dos nossos olhos e nada fazemos para vivê-la... pelo contrário, entrámos numa espécie de linha de montagem, ainda que com uma diferença substancial: no final nunca somos uma peça nova.
Faço planos à mesma velocidade a que os desfaço, desiludo e sou desiludido todos os dias... a verdade é que sei que tudo é indiferente e despiciendo... as pessoas passam mas o mundo continua. Afinal, Sic Itur in Urbem [assim vai a vida na cidade]...
Comments
2 Responses to “(In)consciências”
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Zéquinha.... saís-te me cá um Saramago!!! Da-le!
12:23 da tarde"Tempus fugit"... este post deixa-me um amargo de boca, porque me revejo integralmente no que foi escrito.. Estamos a presenciar o nascimento de uma geração de jovens zombies urbanos Workaholics!
12:05 da tardeNunca pensei que isto realmente existisse: http://www.workaholics-anonymous.org/
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